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Fundado no ano de 1964, o Colégio Estadual Governador Lomanto Junior, completou 50 anos de atuação no último dia 07 de março. A instituição pública que começou com seis salas e pouco mais de 130 alunos, no antigo Clube Pinaúna, cresceu vertiginosamente em cinco décadas. Atualmente, estudam cerca de 1.700 alunos, possuindo turmas desde o Ensino Fundamental ao Médio, além de cursos profissionalizantes.
Mais do que um colégio, o ex-diretor Narciso José do Patrocínio (79), que trabalhou durante 16 anos, considera que a chegada da instituição foi um divisor de águas na história de Itapuã. “Gosto de usar um discurso do professor Fraga Lima. Itapuã teve duas fases: antes do Lomanto e depois do Lomanto. O professor Cid Teixeira, um dos grandes mestres na Bahia, também tem uma frase que gosto de usar: o homem de Itapuã viu primeiro o avião, para depois ver o automóvel”, diz.
Nessa linha, o educador destaca que o Lomanto Júnior foi a primeira instituição do bairro a ter o curso de ginásio. “Até então, a população só conseguia fazer o curso primário. Em consequência, ficou anos reprimida, sem ter para onde avançar”, afirma Narciso. “Com a abertura do Lomanto Júnior, comecei a presenciar pai, mãe e filho estudando juntos. Muitos retornavam à sala de aula, para concluir a formação no ginásio”, completa.
Narciso conta que em 1966, começam a funcionar os cursos de Contabilidade, para o 2º grau e o curso Normal ou Magistério. Nesse mesmo período, o ex-diretor que acabava de ser contratado, teve como missão resgatar as tradições de Itapuã para a sala de aula, incluindo os grupos folclóricos e as atividades culturais.
A partir disso, o colégio começou a viver tempos de ouro, com a conquista de prêmios em campeonatos educativos e esportivos, como as Olimpíadas Baiana da Primavera, em 1971 e o Festival de Música Estudantil. Outro destaque era o grupo folclórico do colégio, que viajava com o governador para apresentações sociais. “Isso levantou a autoestima da comunidade e dos alunos”, diz.
O ex-dirigente enfatiza ainda que Lomanto interferiu diretamente nos anseios profissionais de quem cursava o ginásio. Era o final da década de 60 e nesse mesmo período, estava sendo construído o Centro Industrial de Aratu, em Camaçari. “Isso despertou os alunos a buscarem mais do que a formação do 2º grau. Daí em diante, a comunidade também começou a mudar e pluralizar. Em pouco tempo, deixava de ser a escola dos filhos de pescadores e lavadeiras, pois agora tinha também pessoas de Lauro de Freitas e outros bairros”, ressalta.
Segundo Narciso, o corpo docente da instituição foi, durante anos, considerado referência, servindo de consulta para a implantação de projetos pela Secretaria de Educação. “O Lomanto foi um dos responsáveis pela eliminação do rodízio de alunos. Estudavam três turmas diferentes em um ano e isso, é claro, prejudicava a educação dos jovens”, frisa o educador. “Juntamente com outros colégios, nos mobilizamos e acabamos com esse sistema”, reforça.
A implantação do curso Supletivo, ainda no início da década de 70 também foi um marco para o colégio, visto que as aulas eram transmitidas pelo rádio. “As professoras assistiam as aulas dias antes e depois no dia que ia ao ar, elas tiravam dúvidas dos estudantes”, pontua.
A escola está esquecida?
Atualmente aposentado, Narciso destaca com pesar, que o papel das instituições de ensino em geral, está longe da época em que atuou como educador. “A família naquela época cuidava da escola. Hoje, querem que a escola seja o pai e a mãe da criança”, afirma.
“Além disso, a escola não está atendendo aos interesses dos alunos, no sentido de oferecer outras atividades, cursos que possam despertar o aprendizado. O professor atualmente recebe muito pior do que no passado e não consegue nem se preparar para oferecer outros caminhos. Está uma situação caótica”, avalia Narciso.
O vice-diretor em exercício, Paulo José dos Santos (52), compartilha de opinião semelhante. “Hoje, a escola está mais no limite dela, interagindo pouco com a comunidade. Infelizmente, por conta disso, estão cada vez mais escassas as manifestações culturais daqui, estamos perdendo a identidade de Itapuã”. Além disso, o problema da evasão está bastante acentuada, principalmente no ensino Médio”.
A ex-aluna e colaboradora há 15 anos do colégio, Juciene Laudelina (46) fala desta realidade vivenciada atualmente também pelo Lomanto. “Antes tinham grupos folclóricos, museu, a biblioteca. Hoje não tem mais, está tudo se acabando. Como ex-estudante e agora funcionária, vejo que a história está se perdendo”, completa.
Fonte: ItapuãCity | Camila Barreto
Estudei no Lomanto sempre participando de todas atividades, esporte, flocore, atletimo, esgrima,
teatro tudo eu estava no meio interagindo e agregando alunos para oarticiparem. Ganhamos medalhas que era um orgulho. Conversava com professor Narciso muito educado correto com as palavras. e Tivemos sim ótimos professores dedicados.