Itapuã é o terceiro bairro de Salvador com maior índice de poluição sonora

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A briga contra a poluição sonora em Salvador é persistente. Os números de denúncias e de apreensão de equipamentos cresce a cada ano segundo dados da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom). De janeiro até meados deste mês já foram feitas 10.202 denúncias e apreendidos 2.874 aparelhos eletrônicos. O som de carros particulares é a fonte de  45,5% das queixas.

O número de denúncias já corresponde a 14,6% do total do ano passado: 69.514. Em 2012 foram apreendidos 3.746 equipamentos. Os números de 2012 já foram maiores que 2011 quando a Sucom registrou 68.360 denúncias e apreendeu  2.752 equipamentos. Em 2010 ocorreram 52.052 denúncias e apreensão de 1.820 equipamentos de som.

Impacto – O ouvido humano suporta níveis de 80 a 85 decibéis. O nível máximo permitido no horário entre 6 e 22h é de 70. Após esse horário, o volume máximo cai para 60.  O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufba , Antônio Eliodório Lima Sampaio, diz que a poluição sonora na capital baiana tem viés cultural.
“Transgressão e a burla à legislação, em Salvador, é uma regra histórica. Há várias cartas do período colonial dirigidas aos reis com queixas sobre barulho”, diz.

Em 2009, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) apontou Salvador como a segunda cidade brasileira onde as pessoas mais reclamam de barulho feito por seus vizinhos. Salvador ficou atrás apenas de São Luís,  capital do Maranhão.

Fazenda Grande do Retiro é o bairro da cidade onde foi registrado o maior número de reclamações este ano. Até agora são 338 denúncias. Em seguida, estão os bairros do Uruguai (259), Itapuã (237), Brotas (229) e Boca do Rio (228).

Para Silvio Pinheiro, superintendente da Sucom, a persistência do barulho passa pela educação. “Não adianta só o combate. Tem um controle, que é difícil de ser feito”.

Mais fiscais – O reduzido quadro de pessoal para realizar a fiscalização é o maior desafio apontado pelo superintendente da Sucom, Sílvio Pinheiro, na guerra contra a poluição sonora.  São apenas 70 técnicos para atender  uma cidade com 2,7 milhões de habitantes. Há mais de dez  anos não é realizado concurso para o órgão. “Estamos fazendo um levantamento para tentar resolver este problema”, diz.

Uma das ações mantidas pela Sucom para inibir a poluição sonora é a operação denominada Silere. Ela é realizada há um ano em parceria com a Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), Transalvador, Guarda Municipal e polícias Civil e Militar. As blitze são realizadas nos finais de semana. Após a Silere,  a Polícia Civil já aponta relação entre música alta e crimes.

“A poluição sonora cria a sensação de que tudo pode em quem a provoca. Muitas vezes essas pessoas estão alcoolizadas e reagem com violência”, afirma  Jesus Pablo Lima Oliveira Reis Barbosa, delegado do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). Para o delegado, após a Silere o número de homicídios caiu 25% em bairros como Periperi, um dos locais onde a ação é sempre realizada.

Fonte: A Tarde Online

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