Trago como tema da minha coluna nesta semana, a triste situação de um dos principais símbolos do bairro: o monumento da sereia, que está localizado bem no centro de Itapuã. Criado pelo artista plástico Mario Cravo, em homenagem aos pescadores, o monumento foi instalado em 1958. Feito em ferro batido, pintado de prata, mede aproximadamente 1,5 m e está assentado em uma pedra de granito.
Acontece que atualmente o visual refletido no espelho da nossa querida sereia não está nada agradável. A escultura segue com partes oxidadas e pedaços amarrados, além de ficar instalada numa pedra que encontra-se totalmente pichada. Hoje (2), enquanto os olhos se voltam para o Rio Vermelho, na celebração do dia de Iemanjá, o monumento da nossa querida sereia permanece abandonado e em estado lastimável.
Meses atrás, quando o projeto de requalificação da orla foi discutido entre a administração pública e a Juventude Itapuãzeira, foi acordado a reforma do monumento, que inclusive receberia um maior destaque com relação a sua altura e iluminação, por estar localizado na entrada do bairro. O mesmo acordo foi feito com relação ao monumento do eterno Dorival Caymmi, que ao contrário da sereia, já foi divulgada a sua reforma. Porém, com tantas mudanças no projeto, sem se quer comunicar à população, o que resta é esperar o destino que será dado à nossa sereia.
E assim vamos assistindo a deterioração da maior riqueza do nosso bairro, que é a sua cultura e identidade, a sua história!
Conclusão, não tem como dizer que a orla da Boca do Rio à Itapuã recebe o mesmo tratamento que a orla da Barra ao Jardim de Alah. Os moradores de Itapuã estão vendo claramente o que estão fazendo com o nosso bairro. O cruzeiro histórico em frente à igreja de Nossa Senhora da Conceição por exemplo, foi retirado na madrugada e substituido por um feito de ferro. Absurdo! Em frente à praia, o que será dessa peça daqui a alguns anos? Vale lembrar da polêmica do monumento da Metamorfose, criado por Calasans Neto, que também foi retirado do local para reforma devido a oxidação, e que nunca mais voltou.
Não é nesse mar de abandono que queremos a nossa sereia reinando.
Salve Iemanjá! Todos por Itapuã!