O crescimento das grandes cidades brasileiras vem acontecendo em progressões geométricas. A Região Metropolitana de Salvador, por exemplo, segundo dados do IBGE, possuía em 2001 3.120.279 habitantes, onze anos depois esse número subiu para 3.642.682. Essa diferença (522.403 habitantes) corresponde praticamente à população da cidade de Lisboa, capital portuguesa. Diante desse crescimento, houve também a necessidade da expansão do número de moradias; com isso, se multiplicaram os condomínios e, principalmente, os edifícios na nossa cidade.
Polêmico. Esse assunto vem sendo pauta dos noticiários, páginas dos jornais, redes sociais e na nossa Câmara de Vereadores onde siglas como PDDU e LOUS têm gerado debates calorosos e dividido opiniões.
Inúmeras manifestações, petições e atos públicos vêm sendo feitos função principalmente do desmatamento na região da Avenida Paralela e da ocupação maciça da Orla Marítima, que têm gerado transformações significativas no clima e nos cenários dessas regiões. Seguindo essa tendência, o bairro de Itapuã também iniciou de modo mais incisivo a sua verticalização.
Grandes empreendimentos residenciais chegaram ao lugar que ficou conhecido justamente pelo ar paradisíaco e bucólico da aldeia de pescadores que originou o bairro. Saudosismos a parte, essa transformação pode acarretar sérios problemas não só de ordem cultural, como também de caráter social, uma vez que o aumento da população exigirá ampliação também da infra-estrutura local.
Por isso, é necessário que a verticalização de Itapuã seja acompanhada de perto pelo Poder Público e que a população esteja ciente das conseqüências que tais mudanças podem trazer para o bairro, de modo a poder cobrar das autoridades o empenho necessário para manter – dentro do possível – o bem estar e a história local, e assim poder seguir com o progresso sem abrir mão da sua essência.