Seja cristão, espírita ou ateu, é tradição entre os frequentadores da praia tocar a água e fazer o sinal da cruz antes de entrar no mar. De fato, muitas dessas pessoas fazem esse gesto por força do hábito e sequer se dão conta do que realmente estão fazendo, mas, ainda que inconscientemente esses banhistas estão reverenciando Yemanjá e demonstrando imenso respeito à Mãe Natureza.
Ao longo da história, os homens vêm duelando em função da Fé, com isso, inúmeras guerras religiosas foram e ainda são travadas trazendo dor e sofrimento para milhões de indivíduos por todo o mundo. Essa dificuldade em conviver com diferentes credos existe por conta de muitos acreditarem que a religião que seguem é melhor do que a do próximo; o que é na realidade um engano, uma vez que temos uma infinidade de crenças e cultos espalhados pelo mundo que trazem paz e esperança aos diferentes povos.
A praia, no entanto, funciona como uma espécie de templo ecumênico onde o teto é o céu, o altar é a linha do horizonte e a salobra água do mar a água benta. E lá todos se respeitam e conseguem viver em paz, cada uma com a sua convicção, porém todos com a certeza de que naquele espaço há lugar para todos, independentemente do que ou em quem se acredita.