A corrente do bem

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Há dois vídeos que estão fazendo sucesso na internet. Um se chama “A vida dá muitas voltas”  e o outro é intitulado “Doar”. No primeiro, as pessoas são tocadas por uma boa ação que alguém lhes fez e no segundo, uma produção tailandesa, um jovem devolve a boa ação recebida 30 anos atrás. Essas duas produções mostram o que alguns ditos populares já pregam desde que nos entendemos como pessoas: O mundo é pequeno, dá voltas e as pedras sempre se encontram. Não há como negar essa certeza, não há como fugir dela, ainda que não atentemos para isso ao cruzamos, todos os dias, com as pessoas e nos portemos como se lixo elas fossem.

Por que o mundo venera Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Irmã Dulce e tantos outros que dedicaram suas vidas para fazer o bem? Simples: Eles se destacam no meio de pessoas egoístas, avarentas, indiferentes e insensíveis. Deveríamos nos espantar quando as pessoas (estamos incluídos) não se preocupassem com o bem do seu próximo, mas causa-nos comoção quando alguém o faz, porque esta essência, parece, foi retirada de nós.  Na busca desenfreada por realizar os anseios do coração, não percebemos a necessidade e a dor de quem está sentado no mesmo banquinho que nós. E assim seguimos, defendendo nossas crenças, nossas ideologias, nossa bandeira e acreditamos ser os mais piedosos dos homens. Fechamo-nos em nossos cultos religiosos, em nossos partidos políticos, em nossas pesquisas científicas. Apresentamos dados, analisamos números e culturas, propomos (para outros executarem), mas não nos dispomos sair da nossa zona de conforto e colocar, nós mesmos, a mão na massa. Nos restaurantes, por exemplo, vemos pessoas deixando comida em seus pratos e os funcionários jogando no lixo. Temos casos em que os proprietários proíbem que sejam dadas as comidas que vão para o lixo aos pedintes que lá chegam.

Coisas simples podem ser feitas e mas que dariam cor para alguém cujo dia está coberto de nuvens escuras. O filme “A corrente do bem” nos serve como exemplo. Trevor (Haley Joel Osment) segue à risca os comandos do professor Simonet, que propõe um desafio aos alunos: pensar em algo para melhorar o mundo e colocar em ação.

Diante das ideias infantis, porém comuns a estudantes da 7ª série, Trevor apresenta uma ideia um tanto quanto inteligente, deixando o seu mestre surpreo! Ele propõe a formação da corrente do bem e justifica afirmando que se uma pessoa ajudar três outras e essa três fizerem o mesmo com mais três e assim por diante, o mundo poderá ser muito melhor pra se viver. O resultado é fantástico!!

Num mundo tomado de maldades, de violência de tanto individualismo, é possível que se levantem pessoas com sentimentos nobres e façam a diferença. Dias desses uma grande amiga médica presenteou-me com um projeto seu que consiste em angariar fundos entre os amigos e ir para a África levar brinquedo no natal para as crianças carentes de lá. Juntou-se a mais duas amigas e partiram numa ação humanitária tão bela. A jovem médica vai usar seus dias de férias para levar alegria aos corações pueris lá na África. Podemos fazer igual, mesmo que não tenhamos que ir ao continente africano. Há tantos necessitados entre nós também!!

Uma coisa é certa: todos podemos fazer algo que leve esperança e alegria para quem vive em situação muito pior do que a que tanto reclamamos. É preciso apenas um olhar sobre o outro. Precisamos apenas perceber, precisamos sentir a dor e o sofrimento alheio e nos esforçar para sermos o bálsamos sobre essas feridas. O filósofo francês Andre Comte-Sponville disse que precisamos esperar um pouco menos, lamentar um pouco menos e amar um pouco mais. Ele está certo!!

KIA KAHA.2013-10-04 17.26.07

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