A história do Brasil sempre foi marcada pelo preconceito e pela discriminação racial. Protagonistas de uma grande luta de resistência contra as grandes elites do Brasil Colonial, o negro hoje continua lutando para ter o seu merecido papel na sociedade. Infelizmente, como herança de uma história sofrida ficaram as cicatrizes que machucam a alma negra da mesma forma que os instrumentos de tortura castigavam os antigos escravos.
Hoje a população negra sofre uma violência latente que se expressa de forma muito além daquela conhecida pelos jornais sensacionalistas. Eu me refiro ao grande ato violento da exclusão e da desigualdade social que repercute nas relações entre as pessoas. Desta forma, temos aí um grande ato de vandalismo fundamentados no antigo padrão de beleza europeu. Assim, vivemos hoje não só uma grande omissão racial das pessoas de pele escura, como também vivenciamos a omissão social de muitos dos valores edificados pelas heranças trazidas pelos escravos africanos.
O maior inimigo do soteropolitano é, sem dúvida, o seu próprio povo, principalmente quando se trata do racismo e da desigualdade social. Por muitas vezes a sociedade esquece a sua própria realidade, deixando de lado os entraves que torna as relações sociais cada vez mais grotesca, mesmo que mascaradas pela hipocrisia. Escondemos uma verdade que se perpetua há mais de um século e que repercute sob várias maneiras no cotidiano das nossas cidades. O racismo é sim a causa de vários conflitos, contradições e segregações espaciais e sociais evidentes nas cidades brasileiras.
Com o objetivo de trazer a discussão para a comunidade, o segundo encontro do Juventude itapuãzeira terá como foco o dia da consciência negra, comemorado no próximo dia 20. A realidade do negro, sobretudo o jovem na comunidade de Itapuã será uma das pautas do nosso encontro. Venha participar desta grande festa de cidadania. A sua presença é de suma importância para construirmos uma comunidade mais humana e igualitária!