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Sei que estou devendo algumas atualizações da minha coluna aqui no site, e por este motivo me estiquei de um lado e me apertei de outro para achar um tempinho. Afinal, o assunto é polêmico e complicado, mas relevante. O lixo em Itapuã.
Há dois meses atrás, estava em casa em pleno sábado de sol, quando escutei um carro de som que passava anunciando uma reunião dos moradores de Itapuã com a Limpurb, o orgão responsável pela coleta de lixo de Salvador. Achei ótima a iniciativa, apesar de acontecer num domingo, fiquei animado, pois estava lá a oportunidade de pelo menos amenizar a situação do bairro, tratando-se dos lixos que ficam espalhados por vários locais.
Dizem que a decepção acontece quando se cria um excesso de expectativa, e talvez esse tenha sido o meu maior erro. Como cidadão, fui à reunião com idéias, planos e metas para serem apresentados ao orgão, e debatido com outros moradores participantes do encontro, mas para o meu espanto, no local tinha apenas um morador, o que teve a iniciativa de promover o encontro.
Ao encontrá-lo, questionei: “É hoje o diálogo com a Limpurb?”, tendo o mesmo me respondido que sim, sentei e aguardei a chegada dos participantes. O tempo passava, mas ninguém chegava, nem os moradores do bairro, nem representantes do orgão. Ficou claro, pelo menos para mim, que o problema era maior do que imaginava, pois me veio à tona naquele momento: “nós somos a mudança que queremos no mundo”, mas onde estavam todos aqueles moradores de Itapuã que vivem pedindo mudanças e exigindo atenção para o bairro? Aguardei durante uma hora e meia na esperança de que alguém apareceria, mas foi em vão.
Alguns amigos dizem que sou um cara de sorte, mas insisto em dizer que sorte é quando você encontra a oportunidade e está preparado, e era assim que a comunidade deveria estar naquele dia, até mesmo para cobrar um posicionamento do orgão quanto à sua ausência, que foi totalmente desrespeitosa com quem esteve presente.
Nessa gestão, a coleta de lixo acontece diariamente pelo bairro. No início, muitos acharam que seria a solução, mas não adiantou, e só ficou mais claro que o grande foco e prioridade, para êxito de qualquer projeto a ser implantado em Salvador, é a educação da população. Não adianta ter uma coleta diária num determinado horário se os moradores não respeitarem esses horários, muito menos o princípio básico de que o lixo é para ser jogado no lixo.
Atualmente são gastos por mês em Salvador 25 milhões, somente para a coleta de lixo. Conheço alguns moradores que falam sobre projetos e iniciativas para que estas empresas façam campanhas de conscientização da população, mas será que elas estão mesmo interessadas? Elas ganha pela quantidade de lixo coletado, talvez fosse a hora de pensar num modelo inversamente proporcional ao atual. Por dia são coletadas cerca de 3500 toneladas de lixo em Salvador, e essa quantidade só aumenta.
Gostaria muito que surgisse novamente outra oportunidade de um bate-papo da população com o orgão responsável, e é claro com a participação maciça da comunidade, afinal, não podemos deixar que a solução para o lixo em itapuã seja jogada no lixo.