A vida fora das arenas

A cada 4 anos, entre os meses de junho e julho, o mundo se curva diante do futebol. É inevitável, e até certo ponto aceitável, que durante esse breve período o esporte das multidões receba maior atenção, pois, a Copa do Mundo é uma grande congregação dos povos. Deixar de lado as diferenças é o principal legado do evento. O mundo, no entanto, não se resume às 12 arenas que recebem os jogos. A vida segue enquanto a bola rola e as pessoas precisam saber disso.

Hoje – e será assim até o dia 13 de julho – 9 de cada 10 notícias veiculadas dizem respeito à Copa. É a resenha do jogo, a resenha do treino, quem se machucou, quem classificou. E o “resto” do mundo quase não tem vez nos jornais.

É importante sabermos como entrarão os times em campo, mas precisamos saber também que a cidade de Natal, que inclusive é uma das sedes, decretou 180 dias de calamidade pública em função das fortes chuvas que atingem a capital potiguar. Não custa nada saber também que situação semelhante vem ocorrendo no estado do Paraná, que viu sua rotina transformar-se em caos com o aumento dos índices pluviométricos.

O mundialmente falado conflito entre Rússia e Ucrânia segue desdobrando-se, no entanto, hoje – ao menos nos grandes veículos – não ouve falar quase nada. Não repercute, por exemplo, que o governo russo vem limitando o fornecimento de gás ao país vizinho, o que tem agravado a tensão entre as nações.

Vale lembrar também que não só de más notícias vive o mundo fora da Copa. Após 46 anos a Bahia revive a Bienal de Artes. Organizada pelo Museu de Arte Moderna (MAM-BA) em parceria com a Secretaria de Cultura (Secult-BA), o evento conta com exposições, ciclos de cinema e uma infinidade de atividades artísticas, sendo uma excelente opção para quem não está nem aí para o futebol.

Como podemos ver, existe vida – inteligente, inclusive – fora das quatro linhas.

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