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O dia amanheceu nublado. A grama do Jardim da Saudade era regada por tímidas gotas que caiam do céu. Talvez esta fosse a maneira que Deus encontrou para anunciar uma triste despedida. O silêncio reinava com uma força tremenda, de tal forma que os choros, soluços e sussurros não eram suficiente para romper os sentimentos mais profundo das pessoas. Mas quem sabe hoje, talvez hoje, o Deus do silêncio possa abrir uma exceção? É que nesta manhã (18) a saudade veio misturado a toques de berimbaus, ladainhas, corridos e coros que homenagearam o ilustre Mestre Coringa.
Em meio ao toque de adeus, refleti muitas coisas. Pensei no quanto exitem pessoas extraordinárias que passam por nossas vidas. São elas cuja a dedicação transformam a vida de outras pessoas. Elas superam desafios, quebram barreira sociais e fazem a diferença onde quer que esteja. E a história do Mestre Coringa, por si só, tem um efeito transformador nas pessoas. Tenho pra mim que o grande Mestre nos mostrou, ao longo de sua trajetória de vida, o sentido da sabedoria não só no controle da mente, mas também no controle do corpo e no controle da alma.
Tenho a imensa alegria em dizer que a minha vida foi transformada pelo Mestre coringa. Parte da minha adolescência foi aprendendo capoeira em seu espaço. Foi por lá que aprendi o poder da humildade, da sabedoria e do respeito ao próximo. Aprendi também o quanto é importante ter uma cabeça boa para superar as adversidades! “A mente controla o corpo”, ele dizia. Convivendo com ele, descobri a importância do zelo e do cuidado. Conversando com ele aprendi a dar valor ao que o outro tem a dizer.
Hoje, misturado a lembranças, saudades, guardei para mim reflexões. E no último toque de adeus, nem mesmo o som dos berimbaus foram o suficiente para romper a berreira do silêncio. Sei que isso é passageiro. Sei que a tristeza se vai e deixará as boas lembranças que sempre aquecem os nossos corações.
Salve Salve Mestre Coringa!