A água de forma geral é utilizada para muitos fins. Ela é tão importante socialmente, economicamente e culturalmente, assim é um essencial elemento ambiental para todo o planeta. Itapuã é repleta de cenários, os quais têm as águas como atrativo, especiais corpos d’água que guardam muitas histórias e lendas. Logo, devemos cuidar das nossas águas.
Muitas pessoas acreditam na escassez da água, mas isso é um mero equívoco, um erro. A água, devido ao seu ciclo natural, não acabará. O que pode acontecer é a dificuldade em obter água potável, ou seja, água com qualidade para consumo humano e dos demais animais.
A água é socialmente importante, pois toda a sociedade desfruta dos benefícios que a mesma pode proporcionar, mesmo que alguns ou muitos a usem irracionalmente. Economicamente crucial, pois a mesma quando tratada pode facilmente ser comercializada, além de ser quase sempre utilizada em muitos processos industriais. E és que alcanço, hoje, o meu foco principal: o uso da água em diversos cultos religiosos.
“O Abaeté tem uma lagoa escura, arrodeada de areia branca…” Diz a lenda da Lagoa do Abaeté que uma índia ia se casar e no dia do aprazado para as núpcias, o índio não se apresentou. A índia ficou pronta para a festa esperando, mas nada do noivo aparecer, sumindo como que por encanto. A índia começou a chorar e foram tantas as suas lágrimas, que deram para formar a lagoa e com seu véu de noiva, formaram-se as dunas do Abaeté. Esta é em minha opinião a versão popular mais linda entre tantas outras lendas da lagoa do Abaeté. Existem relatos de moradores, pois eu não conhecia esse culto que existia o cortejo de Mãe Mirinha de Portão com o presente para Oxum, depositado sempre nas águas do Abaeté no mês de abril, no domingo seguinte à festa de Oxóssi. Contam que certa vez, ao retornar para a margem da lagoa nos barquinhos que levaram as oferendas, um homem foi ao meio da lagoa, mergulhou e resgatou várias oferendas como frasco de perfume e sabonete. O mesmo afirmava que nenhum orixá recebia as oferendas, elas eram apenas “engolidas” pela areia movediça. Um total desrespeito, não acha?
E assim, como desvincular a água da cultura? Não sei o motivo para o término deste cortejo que não mais escuto falar. Será que por uma razão ambiental ou cultural?
É fato, muitos presentes colocados para o orixás voltam as margens causando uma poluição física e/ou ambiental, mas como cessar uma cultura em prol do meio ambiente ou em prol apenas da descrença de outrem?
As águas das praias de Itapuã também recebem muitas oferendas, mas nem por isso deixou de existir ou frequentada e ainda assim é muito bem vista por turistas. Venhamos e convenhamos que a maior parte da poluição das águas de Itapuã não é devido à cultura, mas sim da falta de educação da população nativa, moradores e visitantes.
A água é um bem e de direito de todos. Vamos cuidar e salvar a água. Ela é um dos nossos Bens mais preciosos. Salvem as águas da nossa Itapuã, depois de Salvador e assim vamos fazendo nossa parte pelo planeta Terra.