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Previsível. Esta é a melhor definição para o que ocorre em Salvador e na maioria das grandes cidades brasileiras nos períodos de chuva. Todos os anos é exatamente a mesma coisa: enchentes, casas arrastadas, população desabrigada, trânsito caótico. Cenas que se repetem ano a ano como um filme que insiste em se manter em cartaz.
No entanto, diante do histórico das enchentes e do suporte técnico e financeiro à disposição dos nossos gestores, por que será que esses problemas persistem e se agravam com o tempo? A resposta para esta pergunta está intimamente relacionada com a forma como os nossos governantes administram as nossas cidades e estabelecem as prioridades.
Enquanto administradores públicos eleitos pela população, a obrigação dessas pessoas é proporcionar o bem estar ao cidadão. E manter a cidade em condições adequadas é medida básica para garantir este bem estar, e isso poderia ser facilmente conseguido caso se fizesse um planejamento adequado do espaço urbano e correções definitivas das falhas existentes neste espaço.
Além do que, visto que os problemas ocasionados pelas chuvas já são velhos conhecidos, deveria se fazer um trabalho estratégico de prevenção de risco.
Porém, mais antigo do que os problemas gerados pela chuva em nosso país, é o descaso da classe política para com o povo. A falta de interesse em resolver os problemas que atingem as massas é latente, e isso fica claro quando nos deparamos com obras públicas essenciais para a melhoria da cidade inexplicavelmente atrasadas, e muitas vezes até abandonadas, enquanto que outras de pouca relevância social são entregues em perfeito estado e antes mesmo do prazo final.
E assim, a população sofre conseqüências perfeitamente evitáveis e ainda sabendo que no próximo ano passarão por todo o transtorno novamente, e mesmo com toda a exaustão terão que arranjar força para continuarem a girar nesse triste círculo vicioso.