Bailes de Bebeto marcam uma geração de Itapuã

Baile Preto e Branco, Festa dos Sinais, da Cebola, Beijou Ficou. Quem era adolescente nos início dos anos 2000 certamente, vai buscar na memória alguns momentos das festas de “Bebeto”, que aconteciam em Itapuã. Numa época em que o entretenimento de Salvador não era acessível a muitos, os jovens encontravam nestas festas o divertimento dos finais de semana.

“As festas eram sempre temáticas e as pessoas iam a caráter. Eu organizava os encontros para os estudantes interagirem, se conhecerem. Como era frequentado por menores, na faixa dos 12 aos 17, não havia bebida alcoólica. Tinha ingresso para entrar, com compra antecipada, esquema de segurança. Era bem bacana”, lembra Sérgio Henrique Fernandes, o Bebeto.

Na Festa da Cebola, por exemplo, o grande desafio era não ficar sozinho. Em um certo momento, as luzes eram apagadas e cada deveria procurar um par para ficar, até que as luzes acendiam novamente. “Aquele que ficasse sozinho pagava uma espécie de prenda e comia uma cebola”, conta Bebeto.

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Imagem Ilustrativa

Já o Baile Preto e Branco e Pantera Cor-de-Rosa brincava com as cores. Na primeira festa, meninos e meninas deveriam ir vestidos com roupa branca ou preta. Na segunda, as meninas deveriam ir vestidas de cor-de-rosa e para os meninos era escolhida outra cor.

Tinha ainda a Festa dos Sinais, que atribuía a cor da roupa à disposição afetiva. Se a pessoa estivesse de vermelho, indicava que estava comprometida com alguém. Caso estivesse de amarelo, significava estado de alerta, poderia rolar ou não a paquera. Vestindo a cor verde, indicava que a pessoa estava disponível para a pegação.

Durante 14 anos, os bailes agitaram uma geração que guarda até hoje várias lembranças. “Os bailes de Bebeto eram as melhores festas de Itapuã, a começar por que eram temáticas. Tinha aquele processo de sair com minha mãe para comprar roupa para usar no grande dia”, lembra João Paulo (24) que na época tinha 13 anos. Ele conta ainda que uma das festas marcou sua vida. “Em um desses bailes dei meu primeiro beijo”, completa.

“Era tudo muito organizado. Mesmo nova, minha mãe confiava e deixava eu frequentar”, conta a estudante Taís Oliveira (18) que participou das últimas festas.

“Naquele tempo, só Bebeto fazia evento em Itapuã. Acho que se ele voltasse a fazer, ia lotar”, diz o estudante Leonardo Pereira (21).

“Soube de muitos que naquelas festas se conheceram e casaram, inclusive eu que conheci minha esposa também. De lá pra cá já são 12 anos de casados”, ressalta Bebeto.

O retorno dos bailes

E para quem já estava com saudades, após um ano e meio sem promover festas, Sérgio Fernandes garante que os bailes vão voltar no mês de agosto, com o Baile Preto e Branco. “Ainda estou definindo o local, provavelmente será na Vila Militar ou no Farol de Itapuã”, comenta.

Fonte: ItapuãCity

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