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Salvador e cidades do interior amanhaceram neste domingo (19) com uma corrida às agências da Caixa Econômica Federal. O motivo foi um boato sobre o fim do Bolsa Família – os beneficiários só poderiam sacar os valores até hoje. Mesmo depois do governo federal negar o fim do seu principal programa social, o pânico continuou em alguns pontos. Outros beneficiários foram sacar o que acreditavam ser uma “bolsa extra”, que teria sido concedida pela presidente Dilma Rousseff por conta do Dia das Mães. A Caixa negou que exista essa parcela extra.
Além do governo federal, algumas prefeituras da Bahia se manifestaram sobre o boato, garantindo a normalidade do Bolsa Família. Em Itabuna, no sul da Bahia, a Secretaria de Assistência Social divulgou nota dizendo que os boatos sobre o cancelamento do programa “não têm qualquer fundamento”. O secretário José Carlos Trindade disse que o Bolsa Família no município “segue sem anormalidades.
Em Feira de Santana, o secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Ildes Ferreira, deu entrevista à Rádio Sociedade falando sobre o assunto. “O programa é do governo federal e ninguém pode mexer nele. Não podemos alterar nada no programa. As pessoas não têm nenhum motivo para correrem para caixa eletrônico tirar esse dinheiro porque isso não passa de um boato de muito mau gosto”, garantiu.
A Superintendência Regional da Caixa na Bahia informou que não houve danos a agências no estado, mas para evitar problemas todos os funcionários de segurnaça interna foram chamados ao trabalho e a polícia foi alertada nos casos de maiores aglomerações.
Em Salvador, a polícia registrou confusão em pelo menos 14 agências da Caixa Econômica, incluindo as dos seguintes locais: Itinga (Largo do Caranguejo), São Caetano (Largo do Argeral), Itapuã (avenida Dorival Caymmi), Comércio (avenida Estados Unidos), Fazenda Grande do Retiro (rua Melo Moraes Filho), avenida Vasco da Gama (supermercado Bompreço), Cajazeiras X (próximo ao restaurante Gauchão). Na agência dentro do shopping Iguatemi, a confusão fez com que a Polícia Militar fosse chamada para tentar evitar brigas e danos.
Também houve confusão no centro de Candeias, na Região Metropolitana, e em Feira de Santana, a 109 km de Salvador, e em cidades do sul do estado. Em algumas agências, mesmo com os caixas eletrônicos já sem dinheiro as pessoas se recusavam a sair, acreditando que seria o último dia para sacar o dinheiro do Bolsa Família.
Dados parciais da Caixa e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome apontam o Ceará como o Estado mais prejudicado. Lá, onde está mais de 1 milhão das 13,8 milhões de famílias atendidas pelo programa no País, 34 agências tiveram problemas. Também foram registradas confusõesna Paraíba, em Pernambuco, Alagoas, Maranhão e Rio de Janeiro, entre outros estados.
Em João Pessoa, a Polícia Militar teve de ser chamada. Em Pernambuco, agências do Recife e da região metropolitana ficaram lotadas. Apenas em uma agência no centro do Recife havia 70 pessoas buscando o autoatendimento à tarde. Em Alagoas houve corrida ao banco em pelo menos quatro cidades, entre elas Maceió e Arapiraca. No Maranhão, 5 postos de autoatendimento da Caixa em São Luís e 4 no interior do Estado foram invadidos e depredados. Testemunhas disseram ter visto dezenas de pessoas arrebentando as portas de vidro e depredando os caixas eletrônicos.
No Rio, houve correria e confusão em agências da Caixa nos municípios de Queimados, Belfort Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; em Campos dos Goytacazes, no norte do Estado; e em alguns bairros da capital, como São Cristóvão, Largo do Bicão e Bonsucesso. Apesar de o governo ter desmentido os boatos sobre o fim do Bolsa Família, a Caixa registrou que vários beneficiários tentavam sacar o dinheiro do programa em agências na capital fluminense.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, negou em coletiva à imprensa qualquer problema com o Bolsa Família. “Não existe qualquer possibilidade de suspensão ou de qualquer alteração do Bolsa Família. Ele está sendo pago em dia”.
Fonte: Correio da Bahia