Impossível observar o trabalho de ordenamento da orla e não se lembrar do tempo em reinava na Praia de Jaguaribe a histórica e sempre bem visitada Barraca de Jajá.
Jacira Nazaré Gomes fez fama com seu restaurante à beira mar que se transformou em um dos principais picos praieiros da nossa cidade. Tamanho era o seu sucesso que, em sua homenagem, foram compostos dois hits de carnaval tocados por ninguém menos que o grupo Asa de Águia. Durval Lelys, inclusive, era um dos seus famosos frequentadores, que contava ainda com as ilustres presenças da cantora Alinne Rosa, dos cantores Tuca e Alexandre Peixe, dentre outros.
O motivo de tantos ilustres visitarem o local era, além do bom atendimento e clima sempre festivo, os deliciosos quitutes servidos por Jajá. Sendo o polvo cipueiro o carro chefe do estabelecimento. Polvo, aliás, que era a mascote do lugar e ainda persiste em sua escultura de concreto já desgasto pela maresia, que deixa exposta os ferros que moldam os tentáculos do bicho, mas ainda mantém viva a lembrança do que foi aquele lugar.
Talvez hoje muitos passem pela folclórica escultura e sequer se dêem conta do seu significado, o que é uma pena, visto que parte da nossa história está representada nela.
Desde o início da novela das barracas de praia que há anos se arrasta sem um final feliz, Jacira e os demais barraqueiros não foram ainda realocados e não se tem informações concretas a respeito do paradeiro dessas pessoas. A construção desse texto, inclusive, se deu através de registros escassos e antigos pinçados na web, uma vez relatos atuais não são encontrados.
E então, cadê Jajá?
“Quem acha que o paraíso
Fica só no céu
Cercado de anjos revestidos em véu
Não sai aos domingos em busca de amor
Não falo do amor do altar
Mas do paraíso de Jajá” (Asa de Águia)