Estive pensando que nós nascemos como cavalos selvagens, despidos de todas as amarras, sem selas, cabrestos e ferraduras. Livres ideologicamente falando. Mas ao decorrer da vida somos selados. Aprisionados a um caminho que nem sequer escolhemos.
Internalizamos valores, costumes e crenças. Vamos nos desconstruindo até que perdemos a liberdade. Afinal, quem nós somos? Do que somos capazes? E aonde queremos chegar?
Com o passar do tempo perdemos as rédeas da vida. E somos vendados pelo preconceito. E temos dificuldade em enxergar a visão do outro. Diminuímos o nosso alcance, limitamo-nos segundo os nossos interesses. Estamos presos a um conjunto de regras e imposições sociais a tal ponto que deixamos de ser nós mesmos e nos tornamos produto do meio.
Já não ousamos mais, queremos ser iguais a todo o mundo para sermos aceitos e bem-vistos. E o que vale é ser politicamente correto. E nessa massa de manobra deixamos de nos conhecer. Viramos cópias, perdemos a originalidade e a autenticidade. Até as nossas roupas são ditadas. Viramos tendências. Temos que vestir o que está na moda.
Precisamos vestir quem somos nós, a nossa verdadeira identidade. Pensar o que somos e como somos. Voltar a ser cavalos selvagens. Livres e corajosos, guiados pelo próprio instinto, sem rédeas, conduzidos rumo ao desconhecido. Desbravadores de mundos, externalizando os nossos sentimentos.
Existem muitos sentimentos reprimidos, pessoas que são conduzidas por um conjunto de regras e valores e com o passar do tempo esquecem quem são, o que eram e quem serão. Apenas vivem ou sobrevivem. Desprovidos de opinião. Emburrecidos pelo óbvio, com medo da mudança e sem expressão.