A quarta-feira de cinzas foi dia também das 32 seleções que disputarão o mundial no Brasil jogarem partidas amistosas. Numa espécie de super-rodada global, os principais selecionados nacionais do mundo entraram em campo para testarem jogadores e ajustarem os últimos detalhes antes do grande evento.
Além das exibições de gala dos grandes talentos futebolísticos da atualidade, a rodada serviu também para algumas equipes apresentarem os novos uniformes que serão usados no Brasil.
A seleção alemã, fortíssima candidata ao título, entrou em campo com um listrado horizontal rubro-negro homenageando o Clube de Regatas Flamengo. Salvo a política de boa vizinhança, o uniforme alemão ficou belíssimo e ainda deu sorte ao time, que derrotou a seleção chilena por 1 x 0.
O escrete canarinho também se apresentou de roupa nova. No primeiro tempo, a família Scolari jogou com a tradicional amarelinha e calção azul, sem grandes mudanças em relação à versão anterior do uniforme N° 1. Na segunda etapa, porém, os canarinhos mais pareciam ararinhas azuis, ao voltarem do vestiário com o novo uniforme N° 2 todo em azul, dispensando o antigo calção branco. As alterações de design fizeram bem aos olhos e caíram bem na equipe, que goleou a limitada seleção da África do Sul com uma atuação magistral do camisa 10 Neymar.
Toda essa preocupação com a estética dos uniformes nos levam a observar com mais atenção o apaixonante futebol amador. Nessa modalidade do esporte – que considero o verdadeiro futebol – nem sempre o que se veste é fundamental para o que se vê. Aliás, não vestir a camisa também é no futebol amador fazer parte de uma equipe.
Explico.
Quem já jogou bola fora dos padrões FIFA certamente conhece o significado do dérbi “Sem Camisa X Com Camisa”. Onde um dos times joga de camisa (seja ela qual for) e o outro joga sem; e de forma simples e extremamente objetiva companheiros e adversários se identificam e a bola rola.
Creio não haver registros apontando quem criou essa forma de padronização dos times, mas certamente isso surgiu nos trópicos, à beira mar e foi fruto da imaginação de jogadores que queriam na verdade cair no mar entre um gol e outro. E para não se dar ao trabalho de tirar a camisa a cada lance, anunciaram de bate pronto: “meu time, sem camisa”. E assim se joga até hoje.