Já virou um clichê nessa época do ano se debater a respeito do valor histórico e cultural do carnaval e os seus prejuízos socioeconômicos. Todo ano é a mesma coisa: uns atacam enquanto outros advogam a favor do festejo.
É inegável que o carnaval de Salvador tem o seu peso histórico. Ele, juntamente com os nossos principais cartões postais, é a principal referência da boa terra, sobretudo no cenário internacional. E também graças ao carnaval, principalmente, a Bahia transformou-se em um dos principais pólos turísticos do país, o que movimenta a economia gerando emprego e renda para o estado.
Porém, com o passar dos anos os festejos carnavalescos da nossa cidade passaram a absorver cada vez mais recursos dos cofres públicos, enquanto que a população vem sofrendo a duras penas com a falta de infra-estrutura e serviços básicos. E esse é o principal argumento dos opositores da festa.
Só esse ano o governo do estado disponibilizará R$ 60 milhões para dar suporte aos 7 dias de festa. Para se ter uma idéia do que representa esse montante, o prefeito ACM Neto disponibilizou R$ 14 milhões para as obras de reestruturação da orla de Itapuã e do mercado municipal do bairro. Ou seja, com o que será gasto em uma semana de festa daria para reconstruir a orla e o mercado de Itapuã quatro vezes e ainda sobraria um belo troco.
Vale ressaltar também que o anúncio oficial do lançamento da verba para as obras da feira só aconteceu dois anos após o acidente que deixou dezenas de comerciantes desempregados e fez vítimas fatais.
Já a “doação” do governo para o carnaval acontece religiosamente todo ano faça chuva, sol, deslizamento de terra, greve ou qualquer outro infortúnio que subentendesse contenção de despesas.