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A responsável pela lanchonete do Camping Ecológico de Itapuã, Vera Alice Santos, que trabalha no local desde 1975, ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador na sessão ordinária de segunda-feira (10), para denunciar que está sendo ameaçada de expulsão pela Associação dos Campistas de Salvador. “Aquela área é pública, um patrimônio do Município, e está sendo utilizada por pessoas que moram lá sem pagar nada por isso”, acusou.
Segundo ela, nos cerca de 25 mil metros quadrados do camping há mais de 90 equipamentos fixos, incluindo alguns com construções de alvenaria cobertas de lona para disfarçar. “Querem me tirar porque estou tomando conta do patrimônio público e dizem que eu sou um arquivo vivo de tudo que aconteceu por lá. Querem colocar outra pessoa para explorar. A Associação veio me cobrar aluguel, mas não aceitei porque a entidade é irregular e não é dona da área. São pessoas com dinheiro, que alugam suas casas e moram de graça no Camping”, disse Vera Alice.
Ela ressaltou que a Associação cobra dos turistas que se hospedam no camping e não repassa nada à prefeitura: “São tantas casas que tem época que chega turista e não tem nem onde armar barraca.
Frustração
Os vereadores Odiosvaldo Vigas (PDT), Leo Prates (DEM), Arnando Lessa (PT), Aladilce Souza (PCdoB), Edvaldo Brito (PTB) e Claudio Tinoco (DEM) prestaram solidariedade a Vera Alice. Eles apoiaram a ideia da realização de uma audiência pública para discutir o problema, assim como de uma visita de vereadores ao Camping, tendo à frente a Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente.
Odiosvaldo Vigas lembrou que em março último a Secretaria Municipal da Fazenda recomendou à Sucom a reintegração de posse da área à prefeitura, o que ainda não foi efetivado. “Aquilo é uma invasão de luxo e o poder público precisa tomar uma atitude”, disse ele.
Claudio Tinoco confessou que não solucionar o problema do Camping de Salvador foi uma das frustrações que sentiu ao deixar a presidência da Empresa de Turismo Salvador (Saltur). “A área foi privatizada e os prepostos da prefeitura quando chegavam lá eram escurraçados”, denunciou, lembrando que durante a gestão da ex-prefeita Lídice da Mata chegou a ser elaborado um projeto pra implantação de uma base do Projeto Tamar, de preservação de tartarugas marinhas, na área do camping.
Para Leo Prates, a responsabilidade do gestor tem que estar acima da sensibilidade social e as leis têm que ser cumpridas independentemente das pessoas envolvidas, “para não ferir o princípio da isonomia”.
Lessa cobrou da prefeitura “o mesmo rigor que aplicou em relação à Casa Espetáculo, na antiga sede do Bahia”. E frisou que os moradores do Camping são pessoas de classe média alta, que se valem de um terreno valorizado, que poderia estar a serviço do desenvolvimento da cidade, sem pagar nada por isso. Segundo Aladilce, Salvador é uma cidade carente de áreas de lazer e a Câmara tem o dever de acompanhar com cuidado a ocupação dos espaços urbanos.
Fonte: Câmara Municipal de Salvador