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É bom passar uma tarde em Itapuã, como diz o verso da música de Vinícius de Moraes. Ainda mais, pegar uma praia, aproveitando os dias ensolarados que o bairro proporciona. Mas, os banhistas e comerciantes não estão concordando com o verso da música que fala das belezas do local. Na praia da sereia, na região em frente a delegacia do bairro, uma poça de água suja, semelhante a um esgoto, tem se formado na faixa de areia da praia e isso tem afastado banhistas, além de prejudicar o trabalho dos ambulantes. Frequentadores do local afirmam que o problema é com a Embasa, no entanto, a Empresa se limita dizer que “não é com ela”. Enquanto isso, moradores, banhistas e comerciantes são prejudicados.
No último domingo (10), a praia estava cheia e banhistas perceberam a situação do esgoto. A água suja da poça se mistura quando a maré enche, podendo provocar doenças aos banhistas que frequentam a praia. A equipe da Tribuna da Bahia foi até o local ontem (11), para verificar as condições da água e conversar com frequentadores da praia da sereia, em Itapuã. Logo quando a equipe chegou, alguns ambulantes fizeram suas reclamações da situação da água suja. Segundo os comerciantes, aquela poça que se forma com água suja, que chamaram de esgoto, tem mais de um mês na faixa de areia.
O comerciante Robson dos Santos, que trabalha há 25 anos na praia de Itapuã, conversou com a equipe e fez sérias críticas pela falta de providências tomadas para aquela situação na praia. “Esse esgoto aqui tá atrapalhando não só a mim, mas a outros colegas barraqueiros aqui da praia. Os clientes passam aqui, olham essa poça, com essa água suja, não querem ficar aqui na praia. Por causa disso, estamos perdendo clientes. A praia tá ficando até mais vazia, quando os clientes chegam aqui, olham isso, acham o lugar muito feito. Não dá para ficar aqui”, reclamou.
Outro ambulante que sofre com o problema é Danilo Santos. Ele, que ajuda o dono da barraca que vende bebidas localizada bem em frente onde o esgoto empoça. Em entrevista a Tribuna da Bahia, o trabalhador clamou por uma resolução para a situação. “Essa boca de lobo que tem aqui do lado de onde trabalhamos existe desde que tô aqui, faz mais de um ano. Quando chove ou a maré enche, fica essa situação aí. Essa água suja, empoçada. E os clientes ficam com medo de ficar nesse espaço. Peço mesmo, que se vocês da imprensa puderem nos ajudar, falem com os órgãos responsáveis para resolver essa situação da praia para a gente”, solicitou Danilo.
A professora e moradora do bairro há 50 anos, Vana Melo, também fez suas reclamações a equipe da Tribuna da Bahia sobre a situação da praia com a poça de água suja. “Me deparo todos os dias com essa realidade absurda que é um problema para saúde pública quando passeio pela orla ou fazendo exercícios matinais para melhorar a saúde. O despejo do esgoto a céu aberto em frente à Delegacia de Itapuã. Isso danifica toda a beleza cantada em versos e prosa por Dorival Caymmi. Peço em nome de toda população, que esse problema seja resolvido para amenizar o despejo de dejetos em águas limpas que é o nosso mar. Queremos uma Itapuã limpa por favor”, exclamou indignada a professora.
Poça de água suja tem afastado banhistas da praia de Itapuã | Foto: Romildo de Jesus
A Tribuna da Bahia entrou em contato com a Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), que respondeu em nota que um preposto da pasta será enviado até o local para verificar se existe ligação entre a situação apresentada e o sistema de drenagem, captação/recepção de água das chuvas, mesmo num longo período de estiagem e forte incidência solar, “como temos verificado nos últimos dias”.
A nota ainda continua “Mesmo que os efluentes tenham sido lançados pela rede de drenagem pluvial, as características apresentadas são de esgoto. Ainda que seja fruto de lançamento clandestino, não isenta a responsabilidade exclusiva de identificação, captação e condução para tratamento específico da Embasa”, afirma o comunicado.
A Tribuna da Bahia procurou a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), que respondeu em nota que a situação não tem relação com as redes da Embasa. Segundo o órgão, no local, as redes operadas pela empresa estão funcionando normalmente, sem vazamentos ou extravasamentos.
TRIBUNA DA BAHIA