Uma série de iniciativas durante sete meses, mudou a rotina de alunos e professores da Escola Municipal Lagoa do Abaeté, em Itapuã. Problemas recorrentes como barulho constante, áreas degradadas e sujeira deram lugar ao convívio pacífico da comunidade escolar, a partir do projeto Ágora, desenvolvido pela professora Célia Maria Silva de Souza e outros docentes.
“Criamos o projeto com o objetivo de discutir esses pontos com as crianças numa roda de conversa, como era o modelo da Grécia Antiga. Ágora era uma praça onde as pessoas conversavam sobre os problemas da cidade. Assim, uma vez por semana, as turmas tinham um horário específico para fazerem as atividades”, explica Célia.
Ela conta que no primeiro momento, os alunos expuseram críticas, elogios, insatisfações, as quais foram discutidas ponto a ponto. “Depois, procuramos buscar soluções e sugestões para melhorias. Nessa linha, as turmas do 1º ao 5º ano exploraram os seguintes temas: conservação e valorização patrimonial, diminuição do barulho, gerenciamento de conflitos, reorganização do recreio, eventos escolares”.
O projeto envolveu toda a instituição e foi conduzido através de dramatizações, música, pesquisas internas, vídeos, aulas de campo. “Na turma do 5º ano por exemplo, os alunos sugeriram que outros hinos fossem cantados na escola. Além do hino Nacional, eles sugeriram os hinos da Bahia, da Independência. Elaboramos um material com as letras e agora, a ideia é criar o hino da escola. Eles já estão elaborando alguns versos”, comemora a professora.
Segundo Célia, a mesma turma se mobilizou em um plano para cobrir a quadra da escola, visto que o espaço não favorece sua utilização completa tanto quando está ensolarado, quanto nos dias de chuva. “A fim de arrecadar fundos para uma possível reforma, eles desenvolveram oficinas a partir de seus próprios talentos, com o objetivo de produzir e vender produtos. Tivemos oficina de pipa, biscuit, beleza”, diz.
A docente afirma que o projeto deve ter continuidade no próximo ano. Ela destaca que algumas mudanças já são perceptíveis. “Me emocionei várias vezes durante a execução do Ágora porque as crianças fizeram questão de externar que estavam satisfeitas com o que estavam fazendo. Estamos precisando muito do exercício da gentileza na escola, principalmente porque elas passam nove horas na escola, ficando boa parte confinadas. É possível notar que o barulho reduziu, o tratamento de afetividade entre eles, a limpeza do ambiente escolar. É um trabalho recompensador”, finaliza Célia.
Fonte: ItapuãCity