Em função da evasão escolar, a escola municipal Cidade Vitória da Conquista, no bairro de Itapuã, corre o risco de ter o horário noturno suspenso. O problema vem ocorrendo desde 2014, como explica a coordenadora pedagógica Adriana Cecília. “Desde o final do ano passado que nós estamos nessa eminência; a Secretaria de Educação estabeleceu o padrão SMED – Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – que determina que as escolas da rede municipal devem ter 100 alunos ou 5 turmas formadas para funcionar”.
A escola tem até o dia 15 de março para ter na sua lista de presença 100 alunos, caso contrário, o turno da noite será encerrado.
Motivos da Evasão
Adriana credita a evasão se deve principalmente à violência. A coordenadora afirma que são muitos os relatos de alunos assaltados ao voltarem para casa.
Há ainda questões como o cansaço dos estudantes, uma vez que a maioria deles são adultos incluídos no EJA (Educação de Jovens e Adultos) que saem do trabalho direto para a aula. “Na verdade, quem está na escola hoje já tem um tempo maior ou algum objetivo específico”, diz, citando como exemplo aquelas pessoas que trabalham em empresas que exigem determinados graus de escolaridade.
Tem ainda aqueles alunos que se matriculam apenas para terem direito ao Salvador Card (meia passagem nos ônibus) e pouco comparecem às aulas.
Falta “contrapartida da Secretaria”
Por contas dos altos índices de evasão, a Secretaria de Educação realizou em 2014 um seminário para escutar os alunos e entender os motivos das ausências. “Foi feito um trabalho, eles ouviram os alunos, mas a gente não tem visto a contrapartida da Secretaria”, lamenta Adriana. E completa, “eles fazem aquela chamada para a matrícula no início do ano e depois não fazem mais nada”.
Risco de desemprego
Outro sério problema está em jogo com esse possível fechamento na escola. Muitos funcionários terceirizados correm o risco de ficarem desempregados, como é o caso da auxiliar Vandelice Vieira, funcionária da escola há 12 anos. “Eu já tenho 12 anos nessa escola, já vi ela ser reconstruída, nós estamos correndo atrás para ela não fechar, até porque nossos empregos estão em jogo”, disse.
Campanhas
Professores, funcionários e os próprios alunos remanescentes vêm realizando ações para atrair novos estudantes. Foi entregue pelos alunos um abaixo assinado à Secretaria de Educação do Município e assim o prazo foi estendido para março de 2015 afim de que o número de alunos aumentasse.
Carros de som e panfletos têm sido usados para divulgar o problema e assim tentar reverter a situação. O custo desse material, inclusive, ficou a cargo dos professores. Também foi conseguido um professor voluntário de informática para fazer inclusão digital entre os alunos e com isso atrai-los para a escola.
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Fonte: ItapuãCity