A Lagoa do Abaeté continua bonita – só que vazia. A pouquíssimos dias do início do verão, época em que Salvador mais recebe visitantes, um de seus lugares mais famosos amargava a presença de menos de dez turistas numa manhã ensolarada. “Antes, era nota dez. Agora, é dois”, contou Arivaldo, comerciante no Parque Metropolitano do Abaeté.
A falta de visitantes deve-se à fama de insegurança. “Antigamente a gente ia pra lagoa, namorava. Hoje, quem tem coragem de ir? É pedir para ser assaltado ou coisa pior”, disse o garçom Everaldo Santos. Para o comerciante Arivaldo, no entanto, o problema não é mais a falta de segurança. “Já vi cenas absurdas, assalto à mão armada. Antes, tinha visitante e não tinha polícia. Hoje, tem polícia, mas não tem visitante”, disse.
A diretora do Parque, Eliene Leão, diz que há seis meses não há registros de violência no local, mas a imagem negativa não foi desfeita. “Nós ainda temos uma demanda turística muito baixa para o nível dos atrativos que temos no local. O maior público hoje, mesmo, é a própria população de Salvador”, disse.
Vindos de São Paulo, a professora Andréa Gonçalves e o industriário Geovane Macedo disseram ter adorado o lugar. “A gente, como turista, achou lindo”, afirmou Andréa. Mas, apesar da animação do trio paulista, os anfitriões de Itapuã sentem falta do antigo Abaeté. “Está bem estragado, sem estrutura. Para o que já foi, poderia estar melhor”, declarou a moradora Jesuína Almeida, 54 anos.
Fonte: Projeto BR