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No dia 17 de março foi exibida a primeira sessão na Casa da Música – espaço cultural da Diretoria de Espaços Culturais, da SeCult-BA – da edição de 2015 do Circuito Popular de Cinema e Vídeo (CPCV). Com o filme Contracorrente, do diretor italiano radicado na Bahia, Max Gaggino, a sessão foi aberta ao público e contou com boa presença dos estudantes do Colégio Rotary e outros amantes da Sétima Arte. A exibição foi seguida por um bate papo dos espectadores com o diretor do filme e o ator Leandro Rocha, que vive o Neca em Contracorrente.
Criado em Itapuã, Rocha além de atuar é também músico, professor e ativista cultural do bairro. O artista se sentiu gratificado com a oportunidade de ver o seu trabalho no bairro. “É muito gratificante ver um público que de alguma maneira te conhece, que frequentou os mesmos lugares que você, estudou na mesma escola, cresceu no mesmo local, com a mesma cultura”, disse.
Nas próximas terças-feiras dos mês de março (dias 24 e 31) o filme voltará a ser exibido na Casa da Música, às 19h, também com entrada franca.
Feito com as próprias mãos
Com poucos recursos para investir e sem contar com a ajuda de patrocinadores, Gaggino resolveu bancar o filme de maneira independente. “O filme custou R$ 20 mil reais, que proveio do meu bolso. Isso para mim foi muito, mas em termos de cinema isso não foi nada, porque hoje não se faz um filme com menos de R$ 800 mil à 1 milhão”, conta.
O orçamento apertado exigiu muito esforço e criatividade da equipe, que precisou assumir diferentes funções ao longo dos 8 meses de gravação.
A divulgação ficou concentrada na cidade de Salvador. Max optou por, inicialmente, chamar a atenção dos soteropolitanos para o filme e, a partir daí, difundir a sua obra. Para isso, o cineasta custeou o aluguel da Sala de Cinema da UFBA para a exibição. O público aceitou bem o trabalho e lotou as sessões.
“Muitas pessoas ouviram falar do filme mesmo sendo um filme ‘pequeno’. Foi um burburinho nas redes sociais e na cidade”, diz. E completa, “graças a esse burburinho o governo do estado estrou contato comigo e perguntou se eu queria exibir o filme no Circuito Popular de Cinema e Vídeo. Isso para mim caiu do céu.”
Todo esse esforço tem garantido ao cineasta bons resultados. Além da participação no CPCV, que exibirá o filme em 18 espaços culturais diferentes pela Bahia, Contracorrente e o documentário Menino Joel, também de autoria de Gaggino, serão apresentados em breve no Canal Brasil.
Itapuã – Onde tudo começou
Max Gaggino pode ser considerado um legítimo cidadão de Itapuã. Ao chegar à Bahia, o cineasta hospedou-se na residência da respeitada Baiana de Acarajé, Tânia, a quem conheceu através da amiga Graziele – filha da baiana. A gratidão de Gaggino à baiana e a Itapuã é tamanha que ele a homenageou no filme Contracorrente.
“É um bairro que eu gosto muito, eu ia no Língua de Prata nas terças-feiras, gosto muito de Arrocha – não vou mentir – aos domingos ia na praça da igreja, então esse foi o meu início aqui em Salvador. Começou tudo em Itapuã”, confessa Max saudoso e bem humorado.
Fonte: ItapuãCity