Na manhã em que moradores de Itapuã fizeram uma caminhada para cobrar melhorias no Parque do Abaeté, o grupo independente do projeto Abaeté Lagoa Limpa arregaçou as mangas para limpar o cartão-postal cantado em verso e prosa por Dorival Caymmi.
Formado apenas por voluntários, os membros do grupo costumam promover a limpeza da lagoa nas manhãs de segunda-feira. Nesta segunda-feira, 17, eles retiraram plantas baronesas do corpo hídrico e coletaram vários quilos do lixo depositado na lagoa por frequentadores.
O presidente do afoxé Korin Nagô, Ulisses dos Santos, relata que o projeto teve início em dezembro passado. Segundo ele, algumas campanhas já chegaram a coletar cerca de sete toneladas de detritos, incluindo as plantas baronesas.
Por ser uma atividade voluntária, conta Ulisses, a quantidade de ajudantes varia, mas já chegou a um grupo formado por cerca de 80 pessoas. “Estamos precisando de mais gente, pois somos independentes e, inclusive, não aceitamos ajuda de políticos”, faz questão de frisar o presidente.
Ancinho
A retirada das baronesas é feita de forma artesanal, com um ancinho improvisado, próprio para jardinagem, amarrado a um longo pedaço de fio.
Para recolher as plantas, os voluntários do grupo chegam a entrar na água para atirar a ferramenta e puxar as baronesas até a margem da lagoa.
O corredor conhecido como seu Madruga é um dos voluntários, mas alerta que, apesar de gostar do trabalho, não se aventura a ir muito fundo na água.
“Faço de tudo, pego peso, limpo, mas na água escura eu não gosto de entrar. Tem muita sucuri por aqui”, diz e solta uma gargalhada.
Segundo Ulisses, depois da limpeza, funcionários do estado [Inema] coletam o lixo e a prefeitura [Limpurb] dá destino final.
Fonte: A Tarde