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Aproveitando as comemorações pelo novembro negro, a cantora, professora de português e ativista Claudya Costta vai embarcar em uma nova aventura, lançando seu primeiro livro infantil chamado de ‘AYANA E O PASSEIO À LAGOA DO ABAETÉ. Fazendo a sua estreia como escritora, a obra será lançada pela Editora Malê e contou com as ilustrações de Quezia Silveira, que deu o tom equivalente do texto em linhas e cores com mensagens de Ancestralidade, representatividade e pertencimento. Para Claudya, tudo o que a emociona tem a ver com Diáspora Negra.
O lançamento acontecerá no próximo domingo, (27), na Livraria do Cine Glauber Rocha a partir das 15h. O objetivo de Claudya com essa literatura, é fazer uma abordagem de representatividade negra e que expõe a história de uma menina, cheia de autoestima, que vai se desenvolvendo e aprende, desde pequena, a valorizar sua ancestralidade. Segundo a artista, a história de Ayana vai trabalhar na criança a libertação do Racismo Estético onde existe a construção da imagem positiva da pessoa negra, a desconstrução de estereótipos, a reversão dos processos de Racismo à Brasileira. “ Eu decidi escrever este livro porque quando eu era criança não tive acesso a livros de representatividade negra. Então, este o mesmo traz o espaço de voz da menina negra que sempre foi silenciada, na ficção. A personagem principal, Ayana, traz muita representação, onde a criança vai se mirar e se reconhecer. As várias possibilidades dos seus cabelos crespos é um dos principais discursos do livro. Seus penteados insinuam um olhar afro identificado para dentro da narrativa. Nela se lê a conquista da voz. Ayana é cheia de autoestima e desde pequena aprende a valorizar sua ancestralidade.”, explicou Claudya.
As tradições populares de matrizes africanas, a construção da nossa identidade, a cultura popular e uma homenagem às Ganhadeiras de Itapuã também se fazem presentes na obra. Este livro reconstrói seu olhar ao ouvir as histórias da sua avó que representa o repensar do Brasil, com seus costumes e parte da mitologia Africana, onde o conhecimento e as tradições são transmitidos oralmente por meio de Griots, os grandes contadores de histórias, guardiãs da palavra. “A gente precisa pensar em outros padrões de representatividade que tragam e dialoguem com a formação da Identidade Brasileira. Somos pessoas do nosso tempo e a gente tem um compromisso com o tempo em que se vive. E esse é o meu papel, enquanto pessoa, enquanto agente cultural e enquanto eu tenho uma voz guiada pela raiz e ancestralidade.”, comentou a escritora.
O samba de roda da Bahia, o acarajé ocupam múltiplas narrativas, aumentando a consciência da criança sobre representatividade e valorização da sua identidade. “Por isso eu trago a personagem, Ayana, como ressignificação na construção da sua identidade, porque ela domina sua corporeidade, sabendo ser negra, se amando, mostrando que a gente tem uma raíz que não se perdeu.”, concluiu.