Mãe Gilda recebe homenagem por sua luta contra a intolerância religiosa

Um lugar com uma riqueza sociocultural e histórica, guarda ícones marcantes em cada aspecto. Figuras da religiosidade de Itapuã são fundamentais no cenário do bairro, e entre elas, uma que tem grande destaque: a Ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda de Ogum, que recebeu mais uma homenagem no Parque Metropolitano do Abaeté no último dia 28. O evento contou com a presença de representantes de Terreiros de Candomblé de Salvador e municípios como Camaçari e Cachoeira, além da participação do bloco afro Malê Debalê.

Foto / Luan Santos

Na ocasião, também foi comemorado os 3 anos de implantação do busto de Mãe Gilda no Parque Metropolitano do Abaeté. Além disso, teve como fundamento a luta da Ialorixá contra a intolerância religiosa. Mãe Gilda, foi uma líder religiosa que se destacou por sua personalidade forte e grande participação em ações para melhoria em Itapuã. Faleceu no ano de 2000 deixando como marca o Terreiro de Candomblé Axé Abassá de Ogum.

A atual Ialorixá do Axé Abassá de Ogum, e idealizadora do evento, Jaciara Ribeiro dos Santos ou Mãe Jaciara, falou sobre a luta de Mãe Gilda contra a intolerância religiosa e sobre o poder da mulher em relação ao homem. “Eu me sinto extremamente responsável enquanto uma mulher de Candomblé, que nasceu aqui em Salvador, que se criou aqui ao entorno do Abaeté, e hoje está aqui com 50 anos de idade, assumindo o terreiro da minha mãe e também trazendo o legado que é a libertação do nosso povo”, diz Mãe Jaciara, que complementa falando sobre a necessidade da luta das mulheres que sempre tiveram papel importante para a estruturação da sociedade.

A artesã e expositora no evento, Érica Monique, reforçou sobre a importância da mulher, principalmente no âmbito empreendedor. “O objetivo da feira Yá Elegbara é mostrar que há mulheres empreendedoras. Trazer o empreendedorismo para as mulheres, para a comunidade e ele é importante porque além de movimentar a Lagoa do Abaeté. Ela mostra que a mulher não é aquela coisa de ficar só dentro de casa. Que há mulheres artesãs, há mulheres com carisma, há mulheres que tem o seu poder e as vezes elas não sabem que são capazes de fazer aquilo”, concluiu Érica.

Por Tarcisio Cantalice

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