Monumento da sereia de Itapuã sofre com falta de conservação

A pedra onde ela repousa está pichada. “A sereia era diferente, era bonita. Não tomam o cuidado devido. Quando tem alguma festa, os toldos quase cobrem a coitada. A escultura era outra coisa”, compara Ione Costa, 63, que frequenta Itapuã desde a década de 1960. “Isso deixa todo mundo triste. Ela tá abandonada, é um símbolo do bairro. Os turistas vêm aqui procurando a sereia e encontram nessa situação”, reclama Maria das Graças, 67, que há 40 anos trabalha como baiana de acarajé no bairro.

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Foto: Marina Silva/ Correio

Mário Cravo explica que por ter sido produzida em ferro, para evitar a ação do tempo, anos depois  a sereia foi metalizada. Mas, sem conservação, e após ter o braço quebrado, o salitre acelerou o processo de oxidação. “Como tratar daquela forma um objeto que é do povo? Pertence à população. Aquilo é um bem coletivo. Não tem proteção, nem manutenção. Isso é um reflexo da nossa pobreza”, afirma o artista, que manifestou interesse em reparar a obra.

Segundo o presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, a restauração da Iemanjá de Itapuã está nos planos da prefeitura. “Acredito que em abril ou maio, quando forem concluídas as obras do bairro, já teremos a sereia restaurada”, informou Guerreiro. “Já tínhamos conhecimento da situação, mas temos 170 monumentos para cuidar. Seria impossível dar conta de todos com o tamanho da equipe que temos”, completou o presidente.

Segundo o subgerente de Espaços Público e Monumentos da Fundação, Cássio Ribeiro, o projeto ainda será discutido. “Vamos fazer o orçamento, analisar quem poderia fazer o trabalho. A licitação para os reparos provavelmente será aberta após o Carnaval”, concluiu. A orixá, como se vê, precisa ter paciência.

Fonte: Correio 24 horas

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