O nadador Ronaldo Santos, 37 anos, atual líder do ranking brasileiro paralímpico dos 400 metros nado livre, corre o risco de ficar fora dos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016 por falta de patrocínio. Profissional há 10 anos, Ronaldo acumula títulos estaduais, nacionais, pan-americanos e mundiais; ele esteve ainda nas Paraolimpíadas de Londres, em 2012.
Ronaldo explica que as disputas internacionais, quando o atleta vai representando o país, os custos são pagos pela própria confederação. No entanto, nas competições nacionais o atleta precisa arcar com as despesas. “A gente precisa se virar, recorrer aos amigos, porque patrocínio aqui na Bahia é muito difícil”, diz.
Bolsa-Atleta
Atualmente Ronaldo é um dos atletas contemplados com o Programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. Para isso, é necessário que o atleta tenha obtido bons resultados nas competições qualificatórias, mantenha-se treinando e competindo.
No caso da natação paraolímpica, os 3 melhores no ranking nacional de cada categoria são contemplados com a bolsa. Ronaldo é o líder paraolímpico dos 400 metros nado livre.
Seletiva para o Pan de Toronto
O valor pago pelo governo, no entanto, não é suficiente para cobrir despesas com as competições. Nos dias 25 e 26 de abril, por exemplo, será disputado o Aberto de São Paulo, que decidirá as vagas para os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto deste ano.
Apesar de selecionado, Ronaldo ainda não tem como certa a sua presença em São Paulo devido à falta de patrocínio. “A gente batalha tanto, abdica de muitas coisas para estar treinando e na hora de viajar para mostrar o trabalho, a gente não sabe se vai, por falta de apoio”, desabafa Ronaldo.
Segundo o nadador, os custos com a passagem, alimentação e hospedagem para a disputa do Aberto de São Paulo, ficarão em torno de R$ 1600. Ele lembra aos empresários baianos que apoiar atletas é uma excelente propaganda para as empresas, que têm suas marcas associadas à prática esportiva e ganham visibilidade na mídia.
Superando obstáculos
Com apenas um ano e seis meses de idade, Ronaldo Santos recebeu o diagnóstico de Paralisia Infantil. Desde então, os movimentos dos seus membros inferiores ficou comprometida. Isso, no entanto, não foi obstáculo para que ele pudesse seguir a sua vida de forma independente. Atualmente, Ronaldo é casado, reside no bairro de São Cristóvão e treina diariamente na Associação dos Servidores Fiscais do Estado da Bahia, para onde vai sozinho de moto.
Fonte: ItapuãCity