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Estamos órfãos! Nosso pai, Nelson Mandela, nos deixou. Não como os pais que abandonam seus filhos e partem para outras aventuras. Ele se foi, depois de ter dado sentido à sua existência e a de milhares de pessoas em todo o mundo. A dor que sentimos é a mesma de quem convive com alguém e chora sua partida, por causa dos ideais, por causa do desejo, por causa dos sonhos. O homem que saiu da condição de prisioneiro e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul há de ser lembrado por todas as gerações. Por causa de sua incansável luta cujo objetivo era guiar a seu país da das algemas da segregação racial para uma democracia multirracial, ele se tornou o ícone da paz e da reconciliação. Nele conhecemos a luta em defesa da dignidade humana e isso fez dele uma das pessoas mais reverenciadas do mundo, com o brilho de um pop star com uma mensagem de liberdade e respeito aos direitos do homem. E por causa desse ideal pagou um alto preço: 27 anos de prisão. O que impressiona é que não se curvou diante das circunstancias que o oprimiam e condenavam. Sua coragem e determinação podem ser expressas no famoso poema de Willian Ernest Henley:
Desta noite que me cobre
Negra como um poço de borda a borda
Eu Agradeço a quaisquer deuses que hajam
Por minha alma inconquistável
Na cruel garra da circunstância
Eu não recuei nem gritei
Sob os golpes da sorte
Minha cabeça está ensanguentada mas não curvada
Além deste lugar de fúria e lágrimas
Surge apenas o horror da sombra
E ainda com a ameaça dos anos
Encontra, e há de encontrar-me, sem temor
Não importa quão estreito o portão
Quão carregado de punições o pergaminho
Eu sou o mestre me meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.
Ele se foi, mas deixa para nós, eternizado, o exemplo de retidão, de resistência, de conquista e, sobretudo, de amor e perdão. Sobre esta visão sobre os homens e seus sentimentos ele disse:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender. Se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta”.
Que os outros “Mandelas” se levantem numa geração tomada de individualismo e, ainda, muita segregação. Que outros tomem este homem como modelo na luta contra as injustiças que se revelam todos os dias em todos os lugares. É preciso que jovens desta geração tomem homens como Nelson Mandela para ser seu exemplo, a fim de marcarem a história e serem lembrados como pessoas que fizeram a diferença e que deram aos seus um legado de humanidade, justiça, retidão e cuidado.
Salve Mandela!!! Salve a África do Sul!! Salve mundo!!