Não é a primeira, e provavelmente não será a última, vez que este espaço reverencia a atividade pesqueira de Itapuã. Esse patrimônio cultural é parte da história deste lugar cravado à beira mar e que tem as Histórias dos Pescadores no seu cotidiano, nas canções que nascem por aqui e no íntimo daqueles que habitam este espaço.
Poucas cenas são tão marcantes quanto ver os homens do mar desbravando a imensidão azul em busca dos preciosos cardumes. Empunhando redes de arrasto, grupos compostos por dez ou mais homens exercem o duro ofício da pesca artesanal e trazem a terra os peixes que alimentam centenas de pessoas e sustentam os desbravadores e suas famílias.
Existem ainda aqueles pescadores que, diferente dos audazes homens que se lançam ao mar, posicionam suas varas na areia e esperam pacientemente o peixe abocanhar a isca. Enquanto esperam a boa vontade dos peixes, essas pessoas contemplam a imensidão do mar repousando em confortáveis cadeiras de praia, e vez ou outra checam a linha para ver se algo de novo aconteceu.
Na verdade, para esses pescadores levar o peixe para casa é um mero detalhe, o que importa mesmo é viver aquele momento de abstração com o mar. Avistar a linha do horizonte e deixar a mente esquecer por alguns momentos dos problemas, e se concentrar apenas no prazer de estar ali.
Assim é a pescaria em Itapuã: profissão para uns, terapia para outros. Mas, de vital importância para todos e essencial para a história do bairro.