Por onde andei? Por onde ando? Será que eu e você andamos pelos mesmos lugares?
Em meio a tantas belezas e tantos encantos de Itapuã, por onde andei tropecei e machuquei o meu pé. Meu amigo andou por outro caminho, pisou em um buraco e torceu o tornozelo. Meu vizinho de carro passou por uma “cratera” e furou o pneu.
“No meio do caminho tinha uma pedra/Tinha uma pedra no meio do caminho/Tinha uma pedra/No meio do caminho tinha uma pedra (…).”
Para quem não sabe: Carlos Drummond de Andrade realmente encontrou uma pedra no meio do caminho que atrapalhou a sua trajetória. Ele encontrou apenas uma pedra, mas quem percorrer caminhos em Itapuã encontrará de certo: pedras, buracos, lixo, fezes de animais, água entre outros obstáculos.
Bom seria correr menos riscos de se machucar ou ter prejuízos ao perambular pelas ruas de Salvador. Quiçá encontrar até mais cores em nossos chãos do que somente o preto e branco.
Que tal colorir o nosso chão? Tornar mais suave, mais leve, menos árduo o caminhar da vida. Podemos adicionar muito mais alegria ao nosso viver, a nossa Itapuã de caminhos, atalhos, trajetórias e “longas” estradas.
Será que o seu andar é igual ao meu? Eu não tenho muitas dificuldades para subir uma calçada ou atravessar a rua. Acessibilidade, linda palavra, mas só no papel…porque falta colocá-la mais em prática. Não acredito no “Todos somos iguais perante a lei”, poderia até ser desde que existisse o respeito. Cada ser é diferente, alguns com as mesmas necessidades. Será que em Itapuã existem rampas para cadeirantes, vias para deficientes visuais, calçadas sem buracos e/ou niveladas?
Quero andar por superfícies planas, sem buracos que possam machucar o meu tornozelo, sem pedra para desviar, sem lixo para poluir, sem “cacas” para sujar os meus sapatos que não são de cristal, mas merecem respeito e dignidade.