Até o dia 08 de julho o país vivia um sonho. A Copa do Mundo no Brasil, apesar das tensões pré-evento, fez o brasileiro, de certo modo, deixar a realidade na gaveta e passar a orbitar o mundo fantástico do futebol.
Não se falava em política, não lembrávamos das eleições e as mazelas sociais brasileiras transcorriam sem estampar as capas dos jornais, que estavam muito mais preocupadas com a vértebra do Neymar ou a bunda do Hulk. Foi como se o país tivesse viajado sem sair do lugar.
A princípio, esse momento “relax” deveria durar até o dia 13 de julho, dia da final da Copa. Porém, como nos voos deveras turbulentos em que o céu de brigadeiro se transforma em zona de tensão, o avião precisou fazer um pouso forçado, pondo fim ao romântico passeio de férias.
Os sete gols da Alemanha mudaram o tom como o brasileiro cantava o esperado evento e, principalmente, o que achavam dessa seleção. A emoção do hino à capela, o choro dos atletas, todas as demonstrações sentimentais antes vistas como menções amorosas à pátria, após a eliminação foram taxadas de fraqueza e ufanistas em excesso.
Agora o gigante volta a si ou, pelo menos sai daquele estado de graça, e passa a viver a Copa que será decidida em outubro. Torcendo para que dessa vez surpresas sejam evitadas e não soframos outra goleada.