Precisamos cuidar do nosso quintal

lixo na praia
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todos por itapua

Uma triste cena se repete no primeiro dia útil do ano: o vasto quantitativo de resíduos sólidos descartados de forma irresponsável nas faixas de areia das praias de toda a cidade, assim como na de Itapuã, conforme imagens do vídeo feito por um morador.

Essa é a verdadeira ressaca moral pós-virada, quando são feitos tantos votos de mudança de comportamento, mas que pelo visto são também descartados como lixo de forma tão breve, ainda nos primeiros segundos do ano.

É lamentável atitudes como essa no momento em que somos noticiados o tempo todo sobre enchentes, aquecimento global e os impactos das mudanças climáticas de forma geral.

É gritante a necessidade de educação ambiental! Situações como essa, que são corriqueiras, ano à ano, geram dados suficientes para que sejam criadas políticas públicas em torno do assunto.

O que pode ser feito?

No festival Virada Salvador, por exemplo, a Prefeitura de Salvador disponibilizou centrais de coleta seletiva através da Limpurb, em parceria com catadores autônomos e cooperados. Só nos três primeiros dias de festa foram coletadas 4 toneladas de materiais recicláveis.

Parabenizo Omar Gordilho, presidente da Limpurb, por essa iniciativa, que é inovadora em nossa cidade, ao mesmo tempo em que peço a continuidade e ampliação desse modelo junto ao sistema de coleta que funciona atualmente em Salvador.

Ficou perceptível em Itapuã, por exemplo, que mesmo com o comprometimento das equipes da Limpurb não foi possível dar conta do volume de resíduos gerados. Ou seja, formalizar e ampliar essa parceria com catadores é uma grande oportunidade de reduzir o impacto gerado por esses materiais ao meio ambiente, manter a cidade limpa e promover inclusão social… Quando é dada a oportunidade para que essas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade possam gerar renda de forma digna e organizada.

O que são cooperativas de resíduos sólidos?

As primeiras cooperativas e associações de coleta e reciclagem de resíduos sólidos foram formadas a partir da década de 1990, possibilitando novas perspectivas na relação dos grupos de catadores com o poder público. Desde então, o número de cooperativas só tem aumentado.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), o Brasil possui 1.153 cooperativas de resíduos sólidos no total. Também, conforme o SNIS, em 2018, essas cooperativas foram responsáveis pela coleta de 30,7% dos resíduos sólidos recolhidos no país.

As cooperativas contribuem para economia local, pela geração de renda para os cooperados e para os empregos diretos e indiretos gerados pela compra de produtos e utilização de serviços.

No âmbito ambiental, as cooperativas de coleta e reciclagem de resíduos reduzem todos os impactos ambientais negativos vinculados à má destinação dos resíduos sólidos.

As cooperativas contribuem para extensão do ciclo de vida produtos e embalagens por meio da coleta, separação e fornecimento de matéria-prima secundária para a indústria.

A norma ISO 14001:2015, referente ao Sistema de Gestão Ambiental, traz a necessidade de que as organizações identifiquem os impactos dos resíduos sólidos, que vão além de seu ambiente interno de gestão. Portanto, toda empresa que possui ou pretende ter certificação ISO 14001 irá buscar meios de avaliar e potencializar a gestão do ciclo de vida dos produtos consumidos e produzidos por ela.

Ou seja…

Nesse contexto, o vínculo entre cooperativas e organizações públicas ou privadas é vantajoso para ambas às partes.

Sou um entusiasta dessa proposta, e torço para que o seu desdobramento possa trazer resultados positivos para a primeira capital do Brasil, e consequentemente para o nosso querido bairro.

O trabalho continua!
Eric Pereira

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