“África de ontem e hoje na freguesia de Itapuã!” – com este tema o Colégio Estadual Governador Lomanto Junior, lançou o projeto sobre o folclore baiano, idealizado pelo professor de Língua Portuguesa, Antonio Carlos, no último dia 01/09.
A idéia é mostrar que Itapuã também é África, e principalmente, mostrar a África em Itapuã. “Além da questão de pertencimento, destacar que este lugar ‘é meu’, ressalta Antonio. Ser itapuãzeiro e conhecer a nossa história”, ressalta. Antonio acrescenta ainda, que o termo “freguesia”, foi escolhido por ser um termo comercial. “Antigamente não chamávamos de bairro, e sim freguesia”.
Nesta apresentação, o professor traz consigo personagens que com o tempo desapareceram no bairro: a rezadeira, benzedeira, parteira, assim como as baianas de acarajé e os vendedores de coco – que estão presentes até hoje. “Estes são personagens que viviam na África, mas que estavam presentes também no dia a dia do bairro”.
Há três anos lecionando nesta instituição de ensino, este é o segundo projeto voltado para a cultura do folclore realizado por ele. Com uma pesquisa feita desde 2006, todo o material da exposição foi coletado através de recortes de jornais, revistas, livros e CD’s.
A exposição será feita através de recortes colados em cartolinas, na grande maioria as imagens são reportagens de jornal. “Este é um trabalho bem rústico. A seqüência das imagens torna o material atrativo, pois acaba criando uma historia a ser contada”. Além das imagens, Antonio tem uma serie de filmes, que também podem fazer parte da programação ainda não confirmada por ele.
A intenção é apresentar todo o material e concluir os trabalhos em 20 de novembro, por ser o dia da Consciência Negra. O espaço ficará aberto apenas para os alunos do colégio, afim de disseminar a cultura entre os estudantes.
Lei 10.639/03
Nas aulas de História, sempre foi abordado o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil, através do estudo sobre a escravidão. Através da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, torna-se obrigatório o ensino da história e cultura indígena, afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Nesse sentido, Antonio enfatiza, que todo o trabalho elaborado por ele até hoje foi com base nesta Lei. Porém, ele conta que a implementação desta norma nas instituições de ensino é cada vez menos levada adiante.
“As escolas têm uma certa dificuldade de implementarem esta Lei, pois na sua grande maioria colocam dificuldade com relação a preparação do professor. Tem também a questão da própria diversidade, e as pessoas não abraçam o tema em função da falta de preparação e pesquisa”, completa Antonio.
Fonte: ItapuãCity