O mau hábito de pescadores que lançavam embalagens dos seus barcos no mar incentivou o ambientalista Joel Alves, a criar o projeto Aquário Limpo, há dez anos. A iniciativa, que já promoveu a conscientização ambiental de mais de 500 pescadores em Arembepe, parte agora para a instalação da segunda base, em Itapuã.
De acordo com o monitor do projeto e filho de Joel, Davi Feitosa, a estrutura funcionará como posto de monitoramento do trabalho de educação ambiental realizado no bairro há dois meses. “Queremos acompanhar de perto o que está sendo posto em prática pelos pescadores”, diz.
Davi pontua que, assim como em Arembepe, o trabalho de conscientização passou primeiro, por ações sociais. Para amenizar as condições precárias dos pescadores de Arembepe, por exemplo, Joel decidiu trocar o lixo por brindes como iogurte, suco, cestas básicas, bujões de gás, camisetas do projeto. A recompensa gerou a mudança de hábito daqueles pescadores sobre o lixo e será introduzida também em Itapuã. “Teremos uma estrutura com tenda, para fazer a troca de brindes, camisas personalizadas”, reforça.
Diante da força da atividade pesqueira na região, o projeto Aquário Limpo orienta os profissionais da pesca sobre a importância de manter o grande aquário – o mar – livre de poluição. “Os barcos servem como verdadeiras casas flutuantes para os pescadores que ficam vários dias em alto mar. Ali eles levam mantimentos, cozinham e, consequentemente produzem lixo. Mostramos através de palestras e atividades como armazenar o lixo adequadamente na embarcação e os impactos da poluição no meio ambiente”, afirma Davi.
Segundo o monitor, cerca de 12 toneladas de lixo dos barcos são coletadas por ano em Arembepe. “A maior recompensa com este projeto é trabalhar para o meio ambiente. Encontrei pessoas que não tinham qualquer conhecimento do que o lixo causava e hoje, elas tem consciência, respeitam o meio que é o lugar do seu trabalho”, ressalta Davi.
A base de Itapuã será inaugurada no início de junho e ficará próximo ao Complexo de Peixaria na Rua K. Uma terceira base está prevista para ser construída na Baía de Camamu. “Queremos chegar onde for possível, quem sabe daqui a dois anos não estaremos na Amazônia?”, sonha Davi.
Fonte: ItapuãCity