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O Projeto Jogando Limpo com a Praia é uma iniciativa do Salvador Norte Shopping com o apoio do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM)
Nem mesmo as nuvens densas e a garoa que caiu na manhã desta sexta-feira (2), foram capazes de intimidar um grupo de 200 jovens voluntários do Projeto “Jogando Limpo com a Praia”. Eles se espalharam pela praia de Itapuã, partindo do monumento da Sereia, e seguiram pela faixa de areia até altura da Rua K, coletando cerca de 400 quilos de resíduos esquecidos por banhistas e descartados de forma irregular pelos moradores do bairro.
O mutirão é uma iniciativa do Salvador Norte Shopping com o apoio do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM). Todo o lixo recolhido pelos voluntários vai ser encaminhado para o setor de reciclagem do próprio shopping. Lá, eles serão selecionados e transformados em obras de arte que ficarão expostas no empreendimento durante os dias 19 e 30 deste mês.
Na primeira edição da ação, que aconteceu ano passado, foi recolhida cerca de uma tonelada de lixo das areias de Itapuã. Neste ano, apesar da quantidade do descarte recolhido ter sido menor, o esforço foi o mesmo.
De tudo um pouco
As amigas Isabela Leite, 25 anos, e Larissa Lima, 19, ambas estudantes do curso de Ciências Contábeis da Unijorge, tiveram um trabalho imenso para carregar juntas uma barra de ferro encontrada na faixa de areia. O objeto era tão pesado que elas tiveram que receber ajuda de funcionários da Limpurb, que também integravam a força-tarefa.
Além da barra de ferro um outro objeto chamou atenção dos voluntários. Um computador foi o achado do dia considerado mais improvável nas areais de um cartão postal. “As pessoas acham que o mar dá conta de tanta sujeira. Pelo contrário, ele volta de uma forma mais agressiva pra gente”, diz o estudante Mateus Santana, 17, um dos responsáveis por resgatar o aparelho eletrônico do oceano.
“Visualmente, percebemos uma mudança na faixa de areia. Esse ano, (a quantidade) dos resíduos descartados de forma inadequada foi menor em relação ao ano passado, mas o número de voluntários aumentou”, pontua Fabiano Mehmeri, coordenador de Desenvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM. Ano passado, o projeto contou com o apoio de 100 jovens.
Além dos animais marinhos que sofrem danos depois de ingerir o lixo jogado nas águas, os cerca de 700 pescadores da região também podem ser vítimas desse descarte indevido. As sacolas plásticas e o entulho afugentam os cardumes e, em alguns casos, causam acidentes em alto-mar: “Nós orientamos aos pescadores que, quando avistarem a sujeira, tragam até a costa. Um plástico de encontro com uma hélice de um motor pode causar um desastre imenso”, explica Arivaldo Santanta, presidente da Colônia de Pescadores de Itapuã.
Segundo André Fraga, secretário da Cidade Sustentável e Inovação de Salvador (PCS), que estava presente na coleta, os resíduos sólidos são um problema para a cidade. “Estamos trabalhando com ações permanentes e perenes que contribuem muito para ter praias mais limpas. Mas, sem dúvidas, essas iniciativas entre o setor privado e civil colaboram para minimizar os impactos”, afirma. De acordo com o titular da pasta, a Prefeitura investe, anualmente, cerca de R$6 milhões em ações ambientais.