Áreas degradadas, sem estrutura ou manutenção. Esta é a realidade do Centro Esportivo Armindo Biriba, localizado na Rua da Ilha, em Itapuã. O espaço fundado na década de 80, pelo jogador de futebol do Esporte Clube Bahia, Armindo Biriba, funciona atualmente graças a contribuição dos próprios frequentadores, que chegam a tirar do próprio bolso para viabilizar intervenções no espaço.
“A quadra só pode ser utilizada para a prática do futebol de salão, assim mesmo, com uma enorme dificuldade, pois as traves estão prestes a cair. Praticar basquete é impossível, pois não existe a mínima estrutura. Apenas um vestiário, que foi reformado pelos associados do campo, está em funcionamento. Os demais estão fechados por não possuírem a menor condição de uso. A cantina está desativada. As salas funcionam de maneira precária, são os professores que, com muito sacrifício, as mantém em funcionamento”, relata o itapuãzeiro e líder do grupo que cuida do campo de futebol, Fernando Oliveira de Souza (48).
Segundo ele, somente o campo recebe modificações, sendo reformado todos os anos a partir de recursos da comunidade. “Além disso, o grupo remunera mensalmente uma pessoa para mantê-lo em bom estado”, diz. “Nossa intenção seria levar os benefícios para as demais áreas do Centro, porém o que o grupo tem disponível por mês, fruto de contribuição dos associados, é muito pouco”, completa.
Nessa linha, para uma maior preservação da área, os jogos são realizados somente nos finais de semana. “São dez jogos entre o sábado e o domingo. Durante a semana, às terças e quintas, as crianças da comunidade o utilizam para praticar futebol, através de uma escolinha que é de responsabilidade da Prefeitura. A escola cede os professores para ministrar aulas”, conta Souza.
O morador destaca ainda que a última reforma feita no Centro pela Prefeitura, foi em 1999. “Desde então, somos responsáveis pela manutenção. Qual o motivo do descaso com nossa comunidade?”, questiona.
O estudante Haron Augusto (23), que também costuma participar de atividades no local, tem opinião parecida. “O mato está tomando conta do lugar. Os banheiros estão acabados e as arquibancadas também. Além disso, uma parte da estrutura é antiga para algumas atividades. O Centro precisa de alguém que tome a frente”, afirma.
De acordo com Haron, as más condições do Centro tem afastado os frequentadores. “O número de pessoas que iam já não é mais o mesmo. Vem diminuindo”, completa.
Vale destacar que há quase um ano, foi anunciada a construção de novos Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs) pelo Governo Federal, onde o espaço ocupado pelo Centro Armindo Biriba seria um dos contemplados em Salvador. No entanto, até o momento, não há registros sobre o andamento do projeto.
A ideia dos CIEs é criar infraestrutura voltada à prática de modalidades olímpicas em locais classificados como de risco social para crianças e adolescentes. Os espaços seriam projetados para receber ginásio poliesportivo com arquibancada para 195 pessoas, vestiários, academia de ginástica, copa e enfermaria.
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Fonte: ItapuãCity