No interior de Itapuã existe uma localidade com uma bela história de luta. Nascido na década de 1980 com a ocupação da fazenda São Francisco, o Alto do Coqueirinho guarda um capítulo recente da história de luta da nossa cidade. O movimento que originou o bairro é talvez um dos últimos do tipo em ambiente urbano no nosso estado.
No Alto do Coqueirinho ainda se mantém algumas características das comunidades tipicamente rurais, como a comercialização de produtos agrícolas – muitas vezes plantados pelos próprios moradores – em pequenas bancas nas portas das casas. O que mostra que o povo que ocupou a fazenda São Francisco deixou plantado no lugar um modo de viver.
O bairro carrega este nome pelo fato de no momento da sua ocupação serem encontrados diversos pés de coqueiros e licuris. Hoje, com uma população em torno das dez mil pessoas distribuídas em centenas de moradias, não se encontram mais tantas árvores assim, a sua história, no entanto, permanece viva e de pé. No Alto do Coqueirinho se encontra o minadouro que origina o rio Xangô, que devido ao lançamento indiscriminado de dejetos ao longo do seu curso, encontra-se bastante poluído. A nascente, porém, graças a uma ação de preservação dos moradores está preservada e atende a boa parte da população.
O que acontece com o rio Xangô exemplifica a falta de assistência do bairro como um todo. Falta de segurança, saúde e a condição precária a qual se encontra a infra-estrutura urbana local são alguns dos problemas desta localidade que contribuem para o crescimento das estatísticas negativas do município e para a criação de uma imagem ruim a respeito do bairro.
Em justa homenagem, a cantora e compositora Marcela Bellas compôs uma comédia romântica em formato de samba encenada no Alto do Coqueirinho, ou, como prefere a cantora, no Top of The Litlle Coconout Tree. E de forma leve e bem humorada a música lida com o binômio amor/condição social ao mesmo tempo em que faz uma crítica inteligente e cheia de graça a respeito deste lugar com muitas histórias para contar e outras tantas a serem descobertas.