Rodoviários, professores, servidores, funcionários terceirizados. Um se fim de categorias trabalhadoras estão paralisadas ou eminência de paralisação no estado da Bahia. Esses profissionais lutam pelo direito de, simplesmente, terem seus direitos já estabelecidos de fato praticados.
Ouve-se muito falar da greve dos rodoviários soteropolitanos que se anuncia e provoca sobressaltos na população. Sem ônibus não há mobilidade, uma vez que Salvador ao longo dos anos não investiu em outras opções de transporte público que não o coletivo rodoviário, e isso deixou a cidade de certo modo refém de uma classe. Por isso, a greve dos rodoviários é a que ganha mais espaço na mídia.
No entanto, a educação baiana vem demonstrando nesse primeiro semestre do ano os efeitos da má gestão. Servidores das universidades estaduais, professores da rede municipal de Lauro de Freitas e funcionários terceirizados da Ufba deflagraram greve nos últimos quinze dias. O assunto greve, porém, não é algo novo para o baiano. Pelo contrário, é algo já bem batido. Rotineiro. A pergunta que fica é: por que esse quadro não muda?
Para cada setor que compõe a sociedade (educação, transporte, segurança, saúde…) existem responsáveis nos âmbitos federal, estadual e municipal responsáveis pela gerência. Logo, ao menos em teoria, essas pastas não deveriam ficar a esmo e os problemas que nelas surgissem não deveriam se repetir, pelo menos não com tamanha frequência.
O que se nota, no entanto, é justamente o oposto. Todos os anos é a mesma coisa: greve da polícia, greve do rodoviário, greve do bancário e por aí vai. Além disso, as pautas reivindicadas pelos grevistas são sempre as mesmas. O que se repete também é a agonia da população frente aos problemas gerados por essa desordem estabelecida.